quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

#40. Banda Uó
Me Emoldurei de Presente Para Te Ter EP (Avalanche Tropical)

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Por mais que você tenha tentado se desvencilhar, em algum momento ao longo do ano qualquer canção da Banda UÓ deve ter tocado perto de você. Destaque em grande parte das publicações de todo o país, o trio goiano soube como poucos como promover hits pegajosos que funcionam tanto dentro como fora das pistas. Entre versões bem humoradas e calorosas para músicas de Willow Smith e Two Door Cinema Club, a banda transformou o EP Me Emoldurei de Presente Para Te Ter em uma espécie de prelúdio para a invasão do Electrobrega/Technobrega que deve tomar conta da música brasileira nos próximos anos – se é que isso já não está valendo. Com produção de Rodrigo Gorky e Pedro D’Eyrot do Bonde do Rolê, o álbum de cinco faixas passeia tanto pelo romantismo exagerado de O Gosto Amargo Do Perfume como por uma versão comicamente projetada de Foi Você Quem Trouxe, da ex-dupla sertaneja Edson e Hudson. Tropical. (Resenha)

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#39. Mundo Livre S/A
As Novas Lendas da Etnia Toshi Babaa (Independente)

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Já era tempo de Fred 04 e os parceiros do Mundo Livre S/A apresentarem um novo material. Desde 2004 sem nenhum novo registro oficial o grupo pernambucano transforma o quente As Novas Lendas da Etnia Toshi Babaa em uma espécie de grande apanhado do que foi a produção da banda nas duas últimas (ou três) décadas. O ritmo ainda é o mesmo daquele esbanjado no começo dos anos 90, quando a banda apresentou Samba Esquema Noise, já os versos, estes dialogam com o presente. Dos personagens peculiares montados por 04, aos versos que ressaltam aspectos típicos do presente momento (como em Ela é Indie e Cabocopyleft), a banda distribui uma soma bem explorada de faixas, composições que se conectam diretamente ao clássico Por Pouco (2000), mas que acabam buscando por uma fórmula própria, cômica e sempre suingada. (Resenha)

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#38. Burro Morto
Baptista Virou Máquina (Independente)

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Primeiro álbum nacional a surgir com destaque em 2011, Baptista Virou Máquina marca um profundo amadurecimento não apenas na carreira do grupo paraibano Burro Morto, mas na cena instrumental brasileira como um todo. Sem medo de arriscar, o trabalho explora tanto possibilidades marcadas pela psicodelia nacional da década de 1970, como a conexão com a música africana, o jazz, além de um fundo de pós-rock dos anos 90 que parece preencher as quase inexistentes rachaduras do trabalho. Inventivo, o registro vai aos poucos deixando o aspecto orgânico da obra para transformar as composições da banda em um acoplado de referências sintéticas quase robóticas, algo que talvez justifique a transformação do personagem central do registro ao longo de toda a execução do trabalho. Preciso e vasto na mesma medida, o álbum é a escolha certa aos que pretendem se desvencilhar das mesmices ou excessos que muitas vezes tomam conta do gênero. Ouça, e se deixe transformar e máquina também. (Resenha)

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#37. Autoramas
Música Crocante (Coqueiro Verde)

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É admirável que uma banda como o Autoramas com quase 15 anos de carreira ainda não tenha diminuído a potência e a energia de suas composições. Melhor e mais consistente exemplo disso está em Música Crocante, trabalho que sucede o comercial projeto acústico desenvolvido em parceria com a MTV Brasil, transportando o trio carioca para o mesmo universo de guitarradas e distorções que foram lançadas no começo da década passada. Pegajoso e dotado de uma raiva controlada, o trabalho permite que Gabriel Thomaz, Bacalhau e Flávia Couri se aventurem em meio a um conjunto de músicas visivelmente marcadas pelo rock de garagem dos anos 70/80, além das velhas conexões da banda com os ritmos da jovem guarda – em um nível bem menor do que fora explorado no último registro de inéditas da banda. (Resenha)

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#36. Mopho
Volume 3 (Independente)

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Foram necessários mais de dez anos para que a banda alagoana Mopho pudesse retornar com um trabalho tão completo, belo e místico quanto o anunciado por eles no começo dos anos 2000. Mergulhado nas mesmas referências que proporcionaram destaque ao trabalho do grupo há uma década, Volume 3 apresenta uma banda renovada, ainda sob os comandos do líder João Paulo, porém orientada dentro de uma estrutura muito mais melódica e envolvente. Se em épocas passadas Não Mande Flores e Nada Vai Mudar pareciam ser os grandes pontos de acessibilidade ao trabalho do grupo, agora a banda evidencia um registro inteiramente radiofônico, um trabalho em que vocais cantaroláveis e uma instrumentação primorosa acabam ditando todas as regras. Mesmo dialogando com o presente, o álbum poderia facilmente ser lançado há quatro ou cinco décadas, sendo provavelmente um adversário de peso aos inventivos Mutantes. (Resenha)

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