quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

25 ÁLBUNS FUNDAMENTAIS DO INDIE ROCK BRASILEIRO

O jornalista Alexandre Matias (revistas Zero, Bizz) publicou em seu blog, o Trabalho Sujo, uma lista bem bacana com os 25 discos fundamentais para a criação do mercado independente brasileiro. Segundo o próprio Matias, os discos citados são “pedras fundamentais na formação de um mercado independente, tanto do ponto de vista comercial como artístico”. A matéria foi publicada originalmente na revista Zero nº5, de 2002, e republicada agora em versão não-editada no blog do sujeito. Abaixo estão os 25 álbuns escolhidos, com as descrições de apenas alguns deles, para você ter uma idéia do material e ficar com vontade de ir ao Trabalho Sujo ler o texto completo.

1) Singin' Alone - Arnaldo Baptista (1982)

2) 3 Lugares Diferentes - Fellini (1987)

3) O Ápice - Vzyadoq Moe (1988)

4) Cascavelettes (1988)

5) You - Second Come (1991)

6) Little Quail and the Mad Birds (1992)

7) Killing Chainsaw (1992)

8) Rotomusic de Liquidificapum - Pato Fu (1993)


9) Scrabby? - Pin Ups (1993)

10) Mod - Relespública (1993)

11) Nunca Mais Vai Passar o Que Eu Quero Ver - Doiseu Mimdoisema (1994)

12) Uh-La-La - Dash (1995) Antes de provocar suspiros com seu baixo Danelectro a bordo dos Autoramas (e ao lado do ex-Little Quail Gabriel Thomaz), Simone do Vale era a líder de um supergrupo indie carioca. Gritalhona e com jeito de moleque, ela era uma das guitarrista do grupo, ao lado de Diba Valadão (na outra guitarra), Formigão (que depois entrou para o Planet Hemp, no baixo) e Kadu (ex-Second Come, na bateria). O hit "Sexy Lenore" transformou a demo Sex and the College Girl num hit do underground do Rio e fez com que o grupo fosse sondado pela misteriosa gravadora Polvo, que lançou o único CD da banda, pra ninguém. Com a capa desenhada por David Mazzuchelli, o disco passou por uma série de empecilhos que o tornaram item de colecionador. O ano era 1995, as grandes gravadoras tinham dado as costas para o rock, as pequenas perdiam ilusões de vendagens altas e vários picaretas apareceram no meio da história. O disco do Dash é apenas um dos muitos exemplos de uma geração pega com as calças na mão.

13) 100 Km c/ 1 Sapato - Lacertae (1995)

14) Carbônicos - The Charts (1996)

15) Learn Alone Or Read The User's Manual - Sleepwalkers (1996)

16) Baladas Sangrentas - Wander Wildner (1997)

17) Menorme - Zumbi do Mato (1997)

18) A Sétima Efervescência - Júpiter Maçã (1998)

19) Chora - Los Hermanos (1999)


20) Astromato (1999) Continuação dos experimentos noise e industrial da época do Waterball (92-95), o Astromato era filho direto do Weed, banda de pop guitarreiro britânico que, brincando com as palavras, passou a compor em português e se deu bem. Sua primeira fita era mais um degrau na escalada que o indie brasileiro dava rumo à sua auto-suficiência artística. Se gaúchos e cariocas ajudavam o rock a perder o jeito de moleque, os campineiros explicavam que algumas qualidades (como sensibilidade e timidez) não pertenciam à adolescência. Além disso, a dupla de guitarras Armando e Pedro tramavam texturas sônicas à moda das bandas inglesas que tanto influenciaram o indie no começo dos anos 90 (e que ainda repercutiam, graças a bandas como os mineiros Vellocet, o carioca Cigarettes e os catarinenses Madeixas). Aos poucos, o ciclo vai se fechando.

21) De Luxe 2000 - Thee Butchers' Orchestra (1999)

22) It's An Out of Body Experience - Grenade (1999)

23) Brincando de Deus (2000) O terceiro disco destes baianos deveria ter o título que Experience, do Grenade, levou. Afinal, seria lançado um ano antes e produzido por Dave Friedmann (Flaming Lips, Mercury Rev, Mogwai) caso todo seu equipamento e pré-produções não fossem perdidos num incêndio. O grupo se refez e, ao lado do talentoso produtor e tecladista André T. (responsável pela sonoridade de novos baianos como Rebeca Matta e a banda Crac!), gravou seu álbum definitivo, imbatível. Um disco que poderia ser lançado no mercado exterior sem dificuldades e que, apesar da anglofilia, é essencialmente brasileiro.

24) Peninsula - PELVs (2000)

25) O Manifesto da Arte Periférica - Wado (2001)

RPM EM SOBRAL NA VIRADA

RPM NO REVEILLON DE SOBRAL

O evento será promovido pela Prefeitura de Sobral, na Boulevard do Arco, e dando adeus ao 2011, os sobralenses irão vibrar ao som da Banda RPM, com toda sua formação original.
A Banda RPM que na segunda metade dos anos 80, conseguiu bater todos os recordes de vendagens da indústrias fonográfica brasileira, ainda hoje fazendo sucesso de inúmeras gerações, saudará mais um ano que nascerá na Princesa do Norte.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

#35. Team. Radio
Summertime (Popfuzz/RockinPress/Sinewave)

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Nas mãos do quinteto pernambucano Team. Radio o verão acabou ganhando novo significado. Nada das fortes radiações solares, cores abundantes transitando pelas praias ou aquele clima de descontração jovial que se revela em propagandas de cerveja, para a banda recifense a estação ganhou um sentido novo e muito mais interessante. Mergulhados em teclados etéreos, guitarras marcadas por distorções densas e vocais que parecem gravados embaixo d’água, o grupo segue de maneira suave nos hipnotizando através das fortes emanações de Summertime EP. Herdeiros de todo o panteão de velhos representantes do Dream Pop/Shoegaze – tanto My Bloody Valentine como Galaxie 500 estão por todos os lados do disco -, o grupo se desvencilha de um resultado copioso sem grandes esforços, mobilizando assim um projeto maduro e atemporal. (Resenha)

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#34. Lautmusik
Lost In The Tropics (Independente)

Os gaúchos do Lautmusik foram muito felizes na hora de escolher o título para o projeto que defenderiam, bem como o nome do primeiro álbum de suas carreiras. Enquanto o primeiro se evidencia como uma espécie de aviso ao ouvinte – o nome vem do alemão “Música Alta” – o segundo, Lost In The Tropics parece retratar a posição do grupo dentro do cenário nacional, como se fossem figuras perdidas dentro da música brasileira (ou dos trópicos). Algo facilmente explicado pela pluralidade de sons esbanjados ao longo do disco, todos estilos que de uma forma ou outra se relacionam com a produção musical estrangeira de diferentes décadas. Espécie de enorme catálogo do rock alternativo, o álbum possibilita que a banda passeie tanto pelo pós-punk britânico dos anos 80, como pelo shoegaze comercial do novo século, gêneros de aspectos tecnicamente distintos, mas que encontram na intensidade das guitarras e nos vocais de Alessandra L. a conexão necessária. (Resenha)

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#33. Madame Saatan
Peixe Homem (Doutromundo Discos)

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Um estrondo de proporções incalculáveis, assim é Peixe Homem, segundo trabalho da banda paraense Madame Saatan e mais firme resposta aos exageros e cópias descaradas que há décadas alimentam o Metal brasileiro. Ainda mais intenso que o primeiro disco do grupo apresentado em idos de 2007, o trabalho de 12 faixas reúne toda a soma de diferentes elementos que trouxeram destaque ao álbum de estreia do quarteto, misturando para além das referências ao Heavy Metal, elementos do rock alternativo, hardcore e inclusive música regional. Comandado pelos vocais da expressiva Sammliz e não poupando no peso dos instrumentos, o disco vai da faixa de abertura (Respira) ao fim da obra encaminhando o ouvinte por um panorama de paredões intransponíveis de guitarras, batidas capazes de dilacerar o ouvinte e uma linha de baixo que praticamente soterra qualquer um que se atreva a desafiar o grupo. (Resenha)

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#32. ruído/mm
Introdução à Cortina do Sótão (Sinewave)

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Foi ao transformar o rock instrumental em algo acessível e ao mesmo tempo complexo para o público que em 2008 os curitibanos do ruído/mm fizeram nascer um dos maiores exemplares que o rock instrumental brasileiro pôde proporcionar na última década, A Praia. Passados três anos desde o lançamento do brilhante registro, os paranaenses retornam com um álbum dotado da mesma beleza e a mesma diversidade instrumental que o anterior projeto foi capaz de proporcionar. Denominado Introdução à Cortina do Sótão, o disco aproxima o quinteto de um som muito mais melódico e límpido, utilizando da “simplicidade” que toma conta das faixas como um mecanismo de aproximação com distintos grupos de ouvintes, indivíduos que talvez tivessem aversão a esse tipo de som, mas que devem encontrar em todas as faixas do material uma espécie de abrigo e também uma passagem para um vasto universo de experiências musicais. (Resenha)

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#31. Sobre a Máquina
Areia (Sinewave)

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Bases instrumentais sombrias e ruídos incorporados a um clima soturno e denso, elementos instrumentais que serviriam como diretrizes para o trabalho de grupos como Godspeed You! Black Emperor, A Silver Mt. Zion e tantos outros ícones do pós-rock, mas que acabam ganhando novo significado nas mãos do trio carioca Sobre a Máquina. Sucessor do também complexo (e obscuro) Decompor de 2010, Areia parece aperfeiçoar todas as experiências e sensações ressaltadas pela trinca Cadu Tenório, Emygdio Costa e Ricardo Gameiro, que contra todas as expectativas e o ambiente natural em que estão inseridos (o ensolarado Rio de Janeiro) acabam se aprofundando em um mundo de sons acinzentados e paredes instrumentais metálicas. Um tipo de som que parece ressaltar um tipo de futuro pós-apocalíptico, mas que talvez seja o mais sincero retrato do que é a música instrumental brasileira hoje. (Resenha)
#40. Banda Uó
Me Emoldurei de Presente Para Te Ter EP (Avalanche Tropical)

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Por mais que você tenha tentado se desvencilhar, em algum momento ao longo do ano qualquer canção da Banda UÓ deve ter tocado perto de você. Destaque em grande parte das publicações de todo o país, o trio goiano soube como poucos como promover hits pegajosos que funcionam tanto dentro como fora das pistas. Entre versões bem humoradas e calorosas para músicas de Willow Smith e Two Door Cinema Club, a banda transformou o EP Me Emoldurei de Presente Para Te Ter em uma espécie de prelúdio para a invasão do Electrobrega/Technobrega que deve tomar conta da música brasileira nos próximos anos – se é que isso já não está valendo. Com produção de Rodrigo Gorky e Pedro D’Eyrot do Bonde do Rolê, o álbum de cinco faixas passeia tanto pelo romantismo exagerado de O Gosto Amargo Do Perfume como por uma versão comicamente projetada de Foi Você Quem Trouxe, da ex-dupla sertaneja Edson e Hudson. Tropical. (Resenha)

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#39. Mundo Livre S/A
As Novas Lendas da Etnia Toshi Babaa (Independente)

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Já era tempo de Fred 04 e os parceiros do Mundo Livre S/A apresentarem um novo material. Desde 2004 sem nenhum novo registro oficial o grupo pernambucano transforma o quente As Novas Lendas da Etnia Toshi Babaa em uma espécie de grande apanhado do que foi a produção da banda nas duas últimas (ou três) décadas. O ritmo ainda é o mesmo daquele esbanjado no começo dos anos 90, quando a banda apresentou Samba Esquema Noise, já os versos, estes dialogam com o presente. Dos personagens peculiares montados por 04, aos versos que ressaltam aspectos típicos do presente momento (como em Ela é Indie e Cabocopyleft), a banda distribui uma soma bem explorada de faixas, composições que se conectam diretamente ao clássico Por Pouco (2000), mas que acabam buscando por uma fórmula própria, cômica e sempre suingada. (Resenha)

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#38. Burro Morto
Baptista Virou Máquina (Independente)

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Primeiro álbum nacional a surgir com destaque em 2011, Baptista Virou Máquina marca um profundo amadurecimento não apenas na carreira do grupo paraibano Burro Morto, mas na cena instrumental brasileira como um todo. Sem medo de arriscar, o trabalho explora tanto possibilidades marcadas pela psicodelia nacional da década de 1970, como a conexão com a música africana, o jazz, além de um fundo de pós-rock dos anos 90 que parece preencher as quase inexistentes rachaduras do trabalho. Inventivo, o registro vai aos poucos deixando o aspecto orgânico da obra para transformar as composições da banda em um acoplado de referências sintéticas quase robóticas, algo que talvez justifique a transformação do personagem central do registro ao longo de toda a execução do trabalho. Preciso e vasto na mesma medida, o álbum é a escolha certa aos que pretendem se desvencilhar das mesmices ou excessos que muitas vezes tomam conta do gênero. Ouça, e se deixe transformar e máquina também. (Resenha)

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#37. Autoramas
Música Crocante (Coqueiro Verde)

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É admirável que uma banda como o Autoramas com quase 15 anos de carreira ainda não tenha diminuído a potência e a energia de suas composições. Melhor e mais consistente exemplo disso está em Música Crocante, trabalho que sucede o comercial projeto acústico desenvolvido em parceria com a MTV Brasil, transportando o trio carioca para o mesmo universo de guitarradas e distorções que foram lançadas no começo da década passada. Pegajoso e dotado de uma raiva controlada, o trabalho permite que Gabriel Thomaz, Bacalhau e Flávia Couri se aventurem em meio a um conjunto de músicas visivelmente marcadas pelo rock de garagem dos anos 70/80, além das velhas conexões da banda com os ritmos da jovem guarda – em um nível bem menor do que fora explorado no último registro de inéditas da banda. (Resenha)

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#36. Mopho
Volume 3 (Independente)

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Foram necessários mais de dez anos para que a banda alagoana Mopho pudesse retornar com um trabalho tão completo, belo e místico quanto o anunciado por eles no começo dos anos 2000. Mergulhado nas mesmas referências que proporcionaram destaque ao trabalho do grupo há uma década, Volume 3 apresenta uma banda renovada, ainda sob os comandos do líder João Paulo, porém orientada dentro de uma estrutura muito mais melódica e envolvente. Se em épocas passadas Não Mande Flores e Nada Vai Mudar pareciam ser os grandes pontos de acessibilidade ao trabalho do grupo, agora a banda evidencia um registro inteiramente radiofônico, um trabalho em que vocais cantaroláveis e uma instrumentação primorosa acabam ditando todas as regras. Mesmo dialogando com o presente, o álbum poderia facilmente ser lançado há quatro ou cinco décadas, sendo provavelmente um adversário de peso aos inventivos Mutantes. (Resenha)
#45. Vanguart
Boa Parte de Mim Vai Embora (Vigilante)

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Longe das conexões com a música estrangeira e profundamente relacionados com os sons nacionais, o quinteto Vanguart consegue transformar o recente Boa Parte de Mim Vai Embora em um diálogo maduro com o grande público, ao mesmo tempo em que mantém firme a conexão com a cena alternativa. Muito mais “pop” que o primeiro trabalho da banda – algo bem evidente na faixa de abertura, Mi Vida Eres Tu -, o álbum de 13 faixas amplia os horizontes do quinteto cuiabano, que agora apresenta um registro inteiramente composto em português e orientado por novas sonoridades. Menos focado na figura de Hélio Flanders, o trabalho ressalta os demais participantes do grupo, como Luiz Lazzaroto, que preenche o registro com uma bela soma de teclados, ou mesmo Reginaldo Lincoln, que tem ampliados os vocais no interior da obra. Além de superar a famigerada crise do segundo disco, a banda ainda conseguiu proporcionar um excelente álbum. (Resenha)

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#44. Beto Só
Ferro-Velho de Boas Intenções (Senhor F)

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Um registro para ser apreciado com parcimônia, assim é o mais recente trabalho do brasiliense Beto Só, Ferro-Velho de Boas Intenções. Contrariando as expectativas geradas ao final do último álbum do cantor, Dias mais tranquilos, que parecia se encaminhar em busca de uma sonoridade menos dolorosa e soturna, o presente álbum afunda ainda mais o músico em um universo particular e sofrido. Denso – tanto nos versos como na instrumentação – o trabalho parece manifestar um pequeno retrato pessoal do compositor, que ao expor seus sentimentos mais sinceros acaba estabelecendo uma conexão direta com o espectador, que parece na verdade estar ouvindo algo sobre si próprio. Amargurado, porém nunca melodramático, o registro explora a dor – em diferentes formatos – de maneira totalmente própria, como se fosse o próprio músico o criador de todas essas dolorosas sensações. (Resenha)

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#43. Blubell
Eu Sou do Tempo em Que a Gente se Telefonava (YB Music)

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Imersa em um ambiente vintage, onde moveis envernizados servem de assento para garotas de vestidos estampados por bolinhas, Blubell abre as portas para o mundo peculiar de Eu Sou do Tempo em Que a Gente se Telefonava, segundo álbum de uma carreira ainda recente, porém marcada por acertos. Entre transições ao jazz, rock clássico e até um toque de música latina, a cantora paulistana presenteia o ouvinte com uma vasta sucessão de versos sedutores e intimistas, sempre entoados por meio dos vocais adocicados da musicista. Envolvente da primeira à última faixa, o álbum cresce de maneira visível em meio ao competente número de músicos que auxiliam a cantora em sua empreitada, cruzando flautas, pianos, uma bateria compacta e uma linha de baixo que parece garantir sustento a todo o registro. Se o mundo real parece um caos para você, não há existe fuga melhor e um ambiente mais encantador do que o proclamado por Blubell.

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#42. Pública
Canções de Guerra (Cornucópia Discos)

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Passado o medo do segundo álbum, chega a hora dos gaúchos da Pública se firmarem de vez no panorama nacional, feito que eles dão mais do que conta com Canções de Guerra, terceiro e provavelmente o melhor registro da banda até agora. Longe dos toques de psicodelia do primeiro álbum e afastado das pequenas irregularidades do segundo, o terceiro disco parece condensar o que a banda tem de melhor: versos fortes e uma instrumentação essencialmente melódica. Suave, mas ainda mergulhado nos versos penosos de Pedro Metz, o trabalho reforça a conexão da banda com a música britânica da década de 1990 ao mesmo tempo em que o grupo estabelece uma forte e individual marca no cenário brasileiro atual. Entre composições marcadas pelo caráter comercial, destacam-se faixas movidas por um toque de inovação na carreira do grupo, algo que o aspecto religioso-épico de Cartas de Guerra e as predisposições ao pop de câmara da poderosa Silenciou acabam revelando. (Resenha)

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#41. Bonifrate
Um Futuro Inteiro (Independente)

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Menos orgânico que o místico Os Anões da Villa do Magma, Um Futuro Inteiro parece evidenciar a figura do carioca Bonifrate com um pé bem calcado no chão, enquanto a cabeça ainda se mantém nas nuvens. Distante do clima bucólico de outrora – quase uma continuação do que fora propagado em sua outra banda, o Supercordas -, o álbum esbanja uma somatória de composições marcadas pela psicodelia e a música folk, com o músico fazendo nascer um registro essencialmente lisérgico, em que incontáveis efeitos, overdubs e ruídos sintéticos vão pouco a pouco projetando uma verdadeira viagem musical. Melancólico (Esse Trem Não Improvisa), alucinado (Vertigem de uma festa interestelar) e até filosófico (A farsa do Futuro enquanto Agora), Bonifrate lança um registro que esbanja sua própria figura e experiências, muito embora grande parte do que ali esteja possa ser refletido e aplicado na vida de qualquer um. (Resenha)

OS 50 MELHORES ÁLBUNS DE 2011 SUGUNDO O SITE MIOJO INDIE

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Ressaca. Essa foi constante sensação que marcou a música nacional durante todo ano. Talvez a força de trabalhos como Feito Pra Acabar de Marcelo Jeneci ou Efêmera da paulistana Tulipa Ruiz – entre outros – tenham estabelecido certo ar de expectativa em relação à produção musical da nova década, derramando sobre o presente ano uma sensação de desgaste, certa dose de expectativa e muito cansaço, algo bem exemplificado pela falta de grandes lançamentos. Mesmo assim, ao longo de 2011 contamos com grandes discos, trabalhos que deixaram de maneia significativa um rastro na música brasileira (seja ela qual for). Para isso, selecionamos 50 registros essenciais para compreender o que foi a produção nacional no decorrer do ano, álbuns que nos proporcionaram uma sucessão de faixas memoráveis e que merecem verdadeiro destaque.

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#50. Tiê
A Coruja e O Coração (Warner)

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Quando lançou Sweet Jardim em 2009 todas as experiências, sentimentos e percepções que circundavam a vida da paulistana Tiê eram outras. Talvez naquela época falar de amor em tom sofrido ou exaltar a melancolia em doses imoderadas fosse o único foco da cantora, elementos que garantiram a existência de um bom disco, mas que agora são sumariamente abandonados no segundo trabalho da musicista, A Coruja e O Coração. Como o brilho do sol em uma manhã de inverno, o registro parece desenvolvido para aquecer o ouvinte, acalentando-o até os últimos segundos da obra. Exaltando a boa fase da cantora – que inclui o nascimento da primeira filha –, o registro deixa de lado o aspecto intimista de outrora para exaltar um toque grandioso, algo que a relevante soma de convidados (como Marcelo Jeneci e Hélio Flanders) e canções movidas por uma alegria incontida acabam revelando. O sol brilha na vida de Tiê, e parece que não vai cessar tão cedo. (Resenha)

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#49. Junio Barreto
Setembro (Independente)

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Mais de sete anos separam o pernambucano Junio Barreto do último trabalho em estúdio por ele apresentado – um homônimo trabalho lançado em meados de 2004. Durante esse tempo o músico parece ter se especializado, afundou-se em melodias, buscou novas possibilidades aos versos anunciados e acima de tudo, não perdeu a unidade e a beleza instrumental que explorou ao estrear. Ainda fluindo dentro dos campos da MPB, porém se afastando de quaisquer obviedades, o músico proporciona pouco mais de 30 minutos de faixas suavizadas, canções que parecem funcionar como uma chave para adentrarmos os pensamentos do artista, músicas como a branda Fineza ou a doce Noturna que reforçam toda a originalidade e a maestria de Barreto. De hoje em diante, setembro (o mês) ganha novo significado e inclusive uma trilha própria. (Resenha)

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#48. Marisa Monte
O que você quer saber de verdade? (EMI)

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O que você quer saber de verdade? Com essa pergunta Marisa Monte parece delinear todas as 14 composições do sexto e mais recente álbum de estúdio de sua carreira, disco em que passeia confortavelmente por distintos campos do cenário musical, enquanto dialoga de forma despretensiosa com várias faces da música brasileira. Dividida entre sambas, versos que exaltam a música pop e um fino toque de brasilidade, a carioca apresenta o que parece ser uma consistente continuação dos ótimos Infinito Particular e Universo Ao Meu Redor, álbuns “casados” e que foram apresentados simultaneamente em 2006. Tomada por um despojo envolvente, a cantora se entrega a um conjunto de versos encantadores, radiofônicos e envolventes, músicas como O que se quer (com Rodrigo Amarante), Descalço no Parque e Ainda Bem, todas composições que mais uma vez reforçam a figura de Marisa como uma das mais importantes da nossa música. (Resenha)

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#47. Domenico
Cine Privê (Coqueiro Verde)

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Quando em 2003 apresentou ao mundo o caloroso Sincerely Hot ao lado dos parceiros Kassin e Moreno Veloso – do projeto +2 -, Domenico Lancellotti estabeleceria de maneira significativa a música que o cerca e em que ela consiste. Entre beats sintetizados, efeitos eletrônicos e uma condução suingada, o artista carioca surge agora com aquele que deve ser estabelecido como o primeiro álbum de sua carreira solo, Cine Privê. Longe dos excessos de outrora, o músico acaba polindo melhor a música por ele anunciada, transformando o registro de dez faixas em um condensado consistente, um trabalho dividido entre a sexualidade, o intimismo e doses imoderadas de um cotidiano nada óbvio. Esbanjando bom humor e imerso em um ambiente quente, Domenico evidencia faixas fortes como 5 Sentidos, Su Di Te, Receita e a própria música título, reproduzindo um trabalho formalizado pelas velhas estruturas da música brasileira, mas abordando diversos aspectos de maneira inédita e dentro das próprias características do artista. (Resenha)

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#46. Los Porongas
O segundo depois do Silêncio (Baritone Records)

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São poucas as bandas em atividade no país capazes de promover um som tão sério e forte quanto o anunciado pelo Los Porongas. Mesmo que essa percepção já fosse algo mais do que evidente no lançamento do primeiro álbum do grupo acreano, é somente pelo empunhar das guitarras e o uso de letras sólidas em O Segundo Depois do Silêncio que isso se transforma em algo claro e amplamente perceptível. Maduro do princípio ao fim, o registro apresenta um grupo que percorre de maneira consciente um caminho distante do que parece estar em voga no cenário musical recente. Nada das afetações que muitas vezes constrangem o rock alternativo tupiniquim, em 12 faixas a banda apresenta uma constante exposição musical particular, uma espécie de vertente instrumental e (principalmente) lírica que parece própria dos trabalhos do grupo.

sábado, 10 de dezembro de 2011

BANDAS INDIE

Galera, pros curiosos, simpatizantes o pros perdidos também, to listando ai algumas bandas indies e seus países de origem! bem bacana! Vale a pena conferi!


Espanha
• Dover

Reino Unido
• Arctic Monkeys
• aqualung
• Babyshambles
• Belle & Sebastian
• Bloc Party
• Camera Obscura
• Catatonia
• Dirty Pretty Things
• Editors
• Franz Ferdinand
• Guillemots
• Hard-Fi
• Idlewild
• Kaiser Chiefs
• Kasabian
• Keane
• Klaxons
• Kubb
• Manic Street Preachers
• Maxïmo Park
• Oasis
• Radiohead
• Primal Scream
• Pulp
• Razorlight
• Snow Patrol
• Suede
• Teenage Fanclub
• The Enemy
• The Fratellis
• The Futureheads
• The Kooks
• The Libertines
• The Magic Numbers
• The Pipettes
• The Stone Roses
• The Subways
• The Zutons
• The Pipettes

França
• Phoenix

Suécia
• Backyard Babies
• Caesars
• I Am From Barcelona
• Peter, Bjorn and John
• Suburban Kids with Biblical Names
• The (International) Noise Conspiracy
• The Cardigans
• The Concretes
• The Hellacopters
• The Hives
• The Sounds
• The Soundtrack Of Our Lives
• Sahara Hotnights
• El Perro Del Mar
• Taken By Trees

Estados Unidos
• 30 seconds to mars
• ...And You Will Know Us by the Trail of Dead
• Army of me
• Albert Hammond, Jr.
• Ben Kweller
• Big Japan
• Black Rebel Motorcycle Club
• Blonde Readhead
• Cat Power
• Clap Your Hands Say Yeah
• Death Cab for Cutie
• Rooney
• Dinosaur Jr.
• Elefant
• Flaming Lips
• Incubus
• Interpol
• Kings Of Leon
• Les Savy Fav
• Mercury Rev
• Morningwood
• Morphine
• Nada Surf
• Neutral Milk Hotel
• Pixies
• Ok-Go
• Paramore
• Pavement
• Silversun Pickups
• Sleater-Kinney
• The Bravery
• The Decemberists
• The Dresden Dolls
• The Killers
• The Hush Sound
• The Lemonheads
• The Postal Service
• The Raconteurs
• The Rapture
• The Shins
• We Are Scientists
• Weezer
• The Strokes

Brasil
• Final Lap
• Abaixo de Zero
• Abril
• Astronautas
• Blemish
• Cachorro Grande
• Cansei de Ser Sexy
• Cartolas
• Cascadura
• Cascavelletes
• Cidadão Instigado
• Coco Halley
• Cosmic Poodle
• Deize Confusa
• Forgotten Boys
• Gram
• INI
• Jumbo Elektro
• Kadassath
• Killing Chainsaw
• Liss
• Los Hermanos
• Ludov
• Ludovic
• Mombojó
• Monno
• Moptop
• MQN
• Pin Ups
• Radiotape
• Ravena
• Relespública
• Síncope
• Stratopumas
• Supercordas
• Superguidis
• Temporais
• Vanguart
• Violins
• Volver
• Walverdes
• Wander Wildner
• Wonkavision
• Wry
• The Dancing Poneys With Your Yellow Shoes

Irlanda
• Ash
• JJ72
• My Bloody Valentine
• The Thrills

Canadá
• Broken Social Scene
• Danko Jones
• Death From Above 1979
• Hot Hot Heat
• Metric
• Stars
• The Arcade Fire
• The Organ
• The Stills
• The New Pornographers

Dinamarca
• The Raveonettes
• Mew

Austrália
• The Vines
• Jet

Alemanha
• Graham Coxon

UNIVERSO INDIE

Você está enojado de engolir todo o supersucesso superproduzido da mtv e das rádios? Quer ser um pouco mais profundo, mais envolvido com o "underground", porém, não quer se filiar a nenhum partido roqueiro nem levantar a bandeira de nada? A resposta para você está no "indie"...
Indie é aquele tipo de roqueiro PMDB. Não é revolucionário como o PT e o PCO, nem oportunista como o PSDB ou o PFL. Não carrega a imagem bizarra de um PRONA, nem a ignorância de um PSTU. O indie é um partido de cima do muro, que ao mesmo tempo é tudo, ao mesmo tempo não é porra nenhuma! Indie é o cúmulo do pseudismo, mesmo que hajam indivíduos tachados de pseudos dentro desse grupo. Ou seja, um pseudo ao quadrado...
Indie é alguém que nunca chegou ao extremo de ser punk. E a principal diferença entre indie e punk, é que indie não odeia, despreza. Indie tem mais a ver com o ego, porque, invariavelmente, todo o indie se considera cult. Por isso, todo indie é chato, egocêntrico e esnobe. Nenhum indie assume ser indie, por que todo o indie acha que superou o próprio conceito de indie, por isso, o termo está reduzido aos wannabe.
Você pode identificar um indie como sendo aquele sujeito que só ouve o que você não conhece, ou pelo menos, faz questão de dizer não gostar do que você gosta. São como uma sociedade secreta, que despreza os ouvidos do populacho por serem tão medíocres, essas almas pobres de espírito que não conseguem "captar" a beleza das suas músicas desconhecidas que tanto idolatram.
Outra grande prova de que a grande maioria dos indies são pseudos, é que eles quase nunca têm banda, e se tem, tocam um estilo completamente diferente daquilo que costumam ouvir. Mas isso já é outra história...
Mas se o mainstream só se mantém por falta de opção do povo que aceita o que lhes é mais acessível para poder fazer parte da maioria, as bandas indies só se mantém por parte dos que idolatram o mais difícil e inacessível justamente para serem cool.
Garotas indies nunca namoram garotos indies, preferem rapazes certinhos e bem arrumadinhos, enquanto os garotos indies preferem as meninas mais certinhas. Talvez a grande frustração do estilo seja essa separação do sexos opostos. E mais, os poucos indies que fazem sexo, se limitam à prática noturna, sabe-se lá porque!...
Vamos agora definir alguns pontos sobre o universo indie:
"Como regra, dinheiro é a antítese do indie, porém, é a forma de sustentá-lo."

Moda Indie: a moda indie engloba tanta coisa que fica difícil defini-la. Porém, é fácil definir o que não é indie: tudo que é ridículo! Os indies podem vestir as roupas mais "do tempo do vovô" que existe ou a combinação de cores e estilos mais hilárias possíveis que fica cool, afinal, é indie! Então, se alguém se veste fora de moda mas não é ridicularizado, pode-se ter certeza que se trata de um indie...

Cabelo Indie: Dependendo da onda retrô, pode ser desde o cabelinho rock britânico anos 60 estilo Beatles, até o cabelão estilo grunge Nirvana. Mas uma coisa é invariável, o cabelo obrigatório indie é liso! Se você não tem o cabelo lisim e viadim, pode usar a alternativa do cabelo raspado, que, segundo Lino, é permitido, desde que se tenha costeletas...

Camisetas Indie: A melhor escolha é uma camiseta apertada, velha e surrada, com cores vibrantes, como verde, vermelho, rosa e amarelo. Nunca use preto ou branco, porque não é nada glamoroso! Mensagens em inglês vem bem a calhar! Em suma, sua camiseta deve parecer com algo que você comprou num brechó, porém, você não deve agir como se tivesse comprado num brechó. Outra coisa importante é que o indie usa sempre a camisa ou camiseta com a barra da manga ACIMA do cotovelo! Abaixo é coisa de pseudo poser...

Outras peças Indie: Diferente de todas as outras modas roqueiras, os óculos são bem aceitos entre os indies, afinal, passa aquele ar de intelectual. Algo muito em voga são os óculos de correção de cor, aqueles com lentes de cores diferentes. Os indies usam calças geralmente apertadas, de cores pardas. Sobre o calçado indie, pode ser desde sapato de couro, a tênis velhos. Porém há um diferencia nesse ponto entre os indies e os demais roqueiros: tênis All-Star é para roqueiro, tênis Adidas é para indies! As três listras da Adidas é algo freqüente entre os indies, desde os blusões com zíperes, às calças esporte...

Bandas Indie: Antigamente, o termo era levado ao pé da letra: bandas independentes. Porém, o narcisismo, o glamour e o elitismo fez com que ficasse - pelo menos no Brasil - limitado às guitar bands (leia-se: ego trips). Hoje em dia, a melhor forma de saber o que é indie rock é assistindo a mtv! Quando passar clipes de bandas do momento, aquelas mais excêntricas, decore o nome. Depois, procure pela banda na internet. Vai aparecer dezenas de sites falando dela, tipo: "A cena da cidade Zinksbauer, no interior da Cracóvia, começou a ferver com as banda x, y e z. Esta última acabou estourando nas rádios e mtv." Se o clipe que você viu foi da banda "z", a que "estourou nas rádios e mtv", ela deixou de ser indie pois virou pop. As indies são exatamente as bandas "x" e "y", que ficaram fora do estrelato e da fama! Assim, indie não é o Hives, mas as bandas suecas que ficaram no vácuo... E as bandas clássicas e influentes para um indie são aquelas que não deram certo. Lançaram um ou outro disco, e depois sumiram do mapa...

A Sua Banda Indie: O indie é o cabeça da banda, o mais inteligente e culto (só pode haver um indie geneticamente puro por banda, os outros são miscigenados com outras tribos, como punk, metal ou axé). Ele não fala com os outros integrantes, e sempre arruma alguma briga com algum deles. É importante notar que todas as músicas serão de autoria dele, nunca da banda. O integrante indie sobre o palco é o mais introspectivo, e olha para o público como se estivesse olhando para um aglomerado de baratas deformadas! Ao final do show, ele olha para a escória como se tivesse feito um favor sobre-humano em mostrar um pouco do seu talento para um bando de eunucos intelectuais. E pelo bem da música, mais cedo ou mais tarde ele acabará com a banda, e o que restará serão apenas boatos e o mito...

Papo Cabeça Indie: Para começar um papo cabeça indie, diga "Sonic Youth". Funciona como "abracadabra"! Eles existem desde 1979 mas só foram fazer sucesso no início dos anos 90, com o advento do Nirvana, que popularizou - além deles - bandas como Pixies, Vaselines e Meat Puppets. Todo o indie ama eles, e os que não gostam, têm vergonha de admitir... Então você pode passar a noite inteira falando o quanto o guitarrista Thurston Moore é genial que todo mundo vai te admirar incondicionalmente! Outras bandas que nunca saem do aparelho de som do indie são: Stereolab, My Bloody Valentine, Stone Roses e Pavement. Por mais que seja um paradoxo, a banda mais indie do planeta nunca ninguém ouviu falar nem do selo que a lançou! Portanto, quanto mais fundo você for, mais influente você será! Mas tem um porém: NUNCA INVENTE NOME DE BANDAS! No início pode até dar certo, mas normalmente as bandas indies alcançam alguma popularidade, e mais cedo ou mais tarde, você será descoberto com sua farsa...

OS MODS

Mod (abreviação de Modernismo) é uma subcultura que teve origem em Londres no final da década de 50 e alcançou seu auge nos primeiros anos da década de 60.

Sua Origem:
A subcultura mod teve início com algumas turmas de garotos adolescentes com conexões familiares com o comércio de tecidos em Londres em 1958. Esses primeiros mods eram geralmente de classe média, obcecados com tendências da moda e estilos musicais, como ternos italianos bem justos, jazz moderno e rhythm and blues. Sua vida social urbana era impulsionada, em parte, por anfetaminas. É crença popular que os mods e seus rivais, os rockers, foram uma evolução dos Teddy boys, uma subcultura da Inglaterra da década de 50. Os Teddy boys eram influenciados pelo rock 'n' roll norte-americano, usavam trajes Edwardianos e penteados pomposos. No entanto, não existe um contínuo histórico consistente entre os Teddy Boys e os Mods, cujas origens se encontram fora do espectro do rock and roll.
Enquanto o estilo de vida se desenvolvia e era adotado por adolescentes ingleses de todas as classes econômicas, os mods expandiram seus gostos musicais para além do jazz e do R&B, abraçando também o soul (particularmente da Motown), o ska jamaicano e o bluebeat (versão inglesa do rítmo jamaicano). Eles também deixaram sua marca no desenvolvimento da beat music e do R&B britânicos, exemplificados em bandas como Small Faces, The Who e The Yardbirds. Entre as bandas britânicas menos conhecidas associadas ao cenário mod, estão The Action, The Creation e John's Children.
Os mods se reuniam em pubs londrinos como o Goldhawk e o Marquee Club para exibir suas roupas e passos de dança. Eles usavam tipicamente scooters como meio de transporte, normalmente das marcas Lambretta ou Vespa. Uma das razões é que o transporte público encerrava suas atividades relativamente cedo, e as scooters eram mais baratas do que automóveis. Depois que uma lei exigindo a instalação de pelo menos um espelho em motocicletas foi aprovada, os mods adicionaram 4, 10, 32 espelhos a suas scooters como forma de zombar da nova lei.
Outra subcultura jovem, conhecida como rockers (associadas à motocicletas e jaquetas de couro), freqüentemente entrava em conflito com os mods, levando a batalhas em balneários como Brighton, Margate e Hastings. Em 1964, o conflito "mods versus rockers" deu origem a um pânico moral voltado contra a juventude moderna na Grã-Bretanha.

VOCÊ JÁ OUVIU FALAR EM VINTAGE?

O termo pode até ser recente, mas está totalmente ligado ao passado. “Vintage é tudo o que um dia era cotidiano e depois passou a ficar ultrapassado, a não ser mais visto com tanta frequência por aí. Vintage pode ser desde duzentos anos atrás até dez anos atrás”, define a estudante Thabata Guerra, que se declara apaixonada pela cultura dos anos 1920 à 1960.

Essas pessoas, que amam as culturas do passado, podem resgatar não só roupas e acessórios da moda de outras época, como também os objetos. Os vintages costumam gostar de tudo que é antigo, desde a mesa e o enfeite, até a geladeira, a decoração da casa e os eletrodomésticos. “Meu lado vintage é o que gosta de conteúdo com história. Então, tento incluir peças desse estilo em minha vida, podendo ser roupas, acessórios, objetos de decoração e até eletrodomésticos”, conta.

O vintage é considerado, por alguns, mais do que um estilo visual ou de vida. Isso porque ele recicla e reaproveita o antigo, de forma sustentável – palavra que atualmente está muito em alta. Reaproveitar as roupas, acessórios e objetos dos pais ou dos avós, além de compor um estilo diferente e único, ajuda a economizar dinheiro e matéria-prima, e ainda é ecologicamente correto.

Para entender melhor essa tribo, assista:

Thabata relembra que sempre gostou de ouvir histórias das roupas e dos objetos antigos da família. “Passei a ver o valor que eles tinham, que é muito maior do que uma peça nova em uma loja”.

Para ela, a graça em ser vintage está em poder usar ou ter coisas que possuem uma herança histórica, “saber que o objeto passou por vários lugares, decorou a casa de uma família, foi usado em uma festa dos anos 60, e por aí vai. E tem ainda mais graça quando foi de alguma tia, da mãe ou dos avós”.

Alguns podem pensar que usar coisas dos pais é brega. Mas, sabendo escolher bem algo que combine com você, se torna inusitado. Como diz no vídeo “é chique ser vintage!”

HIPPIES - A TRIBO DO PAZ E AMOR

Se você gosta de nadar contra a corrente e prefere levar uma vida sossegada, longe da correria cotidiana característica da sociedade atual, a tribo hippie é a certa para você!

Apesar de ter surgido nos anos 60, a cultura do movimento hippie está presente até hoje. Da mesma forma como naquela época, as questões ambientais, o nudismo e a emancipação sexual são ideias bastante difundidas entre os integrantes desse grupo. Mas muito do que levou a tribo a ser conhecida pelo jeito ‘tranquilão’ deve-se ao fato de que ela abraça alguns aspectos de religiões como o budismo, hinduísmo e outras nativas norte-americanas.

Outra característica dos hippies é a tentativa de adotar um modo de vida comunitário e em contato com a natureza. E aí, seguem um estilo socialista-anarquista, indo contra os valores tradicionais como o poder governamental, as corporações industriais e a massificação. Por isso que, para ganhar a vida, a maior parte dos hippies trabalha com artesanato. Também é por isso que usam roupas naturalmente rasgadas ou com cores bem fortes (fazendo apologia à psicodelia).

As inúmeras gírias também são uma tendência entre os seguidores dessa tribo. Expressões que costumamos usar, como “não dá nada”, “pô” e “falou” têm origem no movimento hippie. E se você logo se lembra de uma musiquinha ‘zen’ quando pensa em hippies, está muito enganado. Essa tribo tem preferência por rock psicodélico (The Beatles, Janis Joplin, Jimi Hendrix, Led Zeppelin, The Doors, Pink Floyd, Raul Seixas…) e hard rock.

Embora muito do estilo hippie tenha sido incorporado à cultura tradicional nos anos 70 e muitos chegaram a decretar seu fim, o movimento seguiu seu objetivo e resistiu. Aqui mesmo, no Brasil, há algumas comunidades: a cidade mineira de São Tomé das Letras, o vilarejo de Trindade em Parati (RJ), Pirenópolis (GO), Trancoso (BA) e por aí vai. E também existem vários festivais de música, como o Psicodália, que reúne mais de 5.000 pessoas por edição.

QUEM SÃO OS VEGANS?

Não, os vegans não são vegetais com carinhas fofas, rsrs! Mas a imagem tem muito a ver com essa tribo. Vegan é o nome que se dá aos adeptos do Veganismo, uma filosofia de vida baseada em ideologias que defendem o direito dos animais. É bom lembrar que Veganismo é diferente de Vegetarianismo. Os vegetarianos são pessoas que não comem carne, e podem ter motivos diversos para isso. Já o veganismo é um estilo de vida que influencia não só a alimentação, mas todos os aspectos da vida de uma pessoa. Ou seja, todos os vegans são vegetarianos, mas não o contrário.

Origem

Há indícios de que essa tribo tenha surgido na Inglaterra em 1944. A ideologia que defendem é de que cada animal é dono de sua própria vida, tendo assim o direito de não ser tratado como propriedade (enfeite, entretenimento, comida, cobaia, mercadoria, etc). E preferem usar os termos “animais não-humanos” ou “seres sencientes“, em vez de chamá-los de “irracionais”.

Como eles se comportam?

Todo vegan procura evitar a exploração ou abuso dos animais, boicotando qualquer produto de origem animal, sejam alimentos, roupas, acessórios ou objetos, além de produtos que tenham sido testados em animais ou que incluam qualquer forma possível de exploração animal nos seus ingredientes ou processos de manufatura. Tudo isso é levado muito a sério, tanto que eles costumam pesquisar e se preocupam em usar roupas com tecidos de origem vegetal.

Eles também são contra eventos de “entretenimento” que envolvam animais, como touradas, rodeios, brigas de galo, etc. Até o remédios entram na lista de produtos rejeitados, como alguns alopáticos, por exemplo, por serem testados em animais. Muitos vegans acabam optando pela fitoterapia, homeopatia ou qualquer tratamento alternativo.

Dia Mundial do Vegan

Como a preocupação com o meio ambiente e com a natureza está cada vez mais presente no cotidiano de pessoas do mundo todo, a filosofia do Veganismo tem tudo para conseguir cada vez mais adeptos preocupados com o bem-estar do próximo e do nosso planeta. Ela já está mais popular e a prova disso é que existe até um dia especial para eles: o Dia Mundial do Vegan, dia 1 de Novembro, que tem sido comemorado desde 1994, quando a Vegan Society da Inglaterra comemorou 50 anos de criação.

E aí, o que acharam deste estilo de vida? Vocês conseguiriam seguí-lo?

VOCÊ SABE O QUE É BODY MODIFICATION?

Piercings, tatuagens e outros tipos de modificação corporal não são tão modernos quanto pensamos. Desde os tempos mais remotos, pinturas e perfurações já faziam parte dos hábitos e tradições de povos de diversas partes do mundo. Daí, dá para concluir que o ser humano nunca esteve totalmente satisfeito com sua aparência, buscando sempre se diferenciar um do outro.

Foi o caso da estudante de Artes Plásticas Mirella Marondes, que colocou seu primeiro piercing quando completou a maioridade e a partir de então, não parou mais. “Depois disso, coloquei um alargador na orelha, mais quatro piercings e fiz mais de dez tatugens”, diz Mirella, hoje com 24 anos. Você deve estar pensando: bem, mas encontrar pessoas com diversas tatoos e argolas já não é tão incomum. E não é mesmo. Acontece que com a explosão dessas formas, a coisa evoluiu e surgiram novos tipos de “diferenciação”. Além dos já famosos piercings e tatuagens, agora também é possível fazer implantes, mutilações, deformações, entre outros.

Qualquer uma dessas modificações corporais é denominada Body Modification. Ainda que pareça bizarro aos olhos de quem não faz parte dessa tribo, seus adeptos a classificam como uma forma de arte. Segundo eles, essas transformações proporcionam um estilo único que os tornam mais bonitos. Abaixo, separamos alguns dos tipos de modificação mais interessantes.

Branding: nesse processo, uma chapa de aço é esquentada com um maçarico e aplicada na pele da pessoa, formando um desenho. Depois da cicatrização das queimaduras, as formas da figura ficam nítidas.

Bifurcação da língua ou tong split: é uma cirurgia que divide a língua em duas partes mais ou menos até a metade de sua extensão. A aparência final lembra o formato da língua de répteis.

Escarificação: aqui, são feitos cortes com bisturis, formando desenhos com as cicatrizes. Acredita-se que ela tenha suas raízes em culturas tribais, que se diferenciavam pelas cicatrizes.

Pocket: é como se fosse um piercing ao contrário, ou seja, as pontas ficam dentro da pele. Pode ser feito no braço, na nuca, no tórax e no umbigo, dependendo da vontade de quem se interessa em fazer.

Implantes subcutâneos: o body moder (nome dado a quem realiza as modificações) implanta um objeto, que pode ser feito de diversos materiais (aço, osso, silicone etc.) na pele, formando alto relevos.

Mas pera lá: você não precisa fazer nenhuma dessas coisas para ser fã do Body Modification. Tem muita gente que admira e curte muito essa arte, mesmo sem praticá-la. ”O Body Modification é uma tribo bem bizarra, mas eu adoro”, conta o idealizador do blog Ladecasa Iran Giusti. E para quem quer conferir de perto, ele dá a dica: ”Tem uma festa bem fetichista chamada Luxúria, que ocorre no Audio Delicatessem”. Foi lá que o também estudante de Relações Públicas viu seu primeiro suspension, o famoso levantamento feito com cabos de aço que são atereladas a ganchos presos no corpo de adeptos ao Body Modification.

E quem quiser conferir mais curiosidades sobre essa tribo (e também informações sobre tatuagens e piercings), o blog Dormindo com Alfinetes traz coisas bem legais.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

MAGLORE - SALVADOR

A banda de Salvador, formada por Teago Oliveira (voz e guitarras), Léo Brandão (teclado e guitarras), Nery Leal (baixo) e Igor Andrade (bateria) é a primeira contratação oficial da produtora Melody Box.

Não é de hoje que o som da Bahia conquista os ouvidos brasileiros. Mas a nova safra da música baiana vem ganhando espaço com grandes representantes do cenário independente. Com uma mistura de rock e música brasileira, a Maglore, desde 2009, ocupa um lugar cativo nos festivais da cena independente nacional como o FUN Music, de São Paulo (3º lugar, em 2009), Desafio das Bandas (1º lugar, em 2009), Big Bands (2010), Feira Noise (2010), Festival de Verão Salvador (2010), Rock de Cordel, em Fortaleza (2011) e o MB Ao Vivo, no Circo Voador, no Rio de Janeiro (2011), onde teve suas músicas cantadas em coro pela plateia.

As influências ficam claras no primeiro EP do grupo “Cores do Vento” (2009), com 5 faixas, e segue no álbum “Veroz”(2011), grande sucesso de público nos shows e na internet, onde os integrantes da banda atuam significativamente aproveitando todas as ferramentas que estão à disposição para divulgar seu trabalho e abranger fãs de todo o país. A mistura de influências, que vai de Caetano Veloso a Los Hermanos, chegando ao incansável pop dos Beatles, vem ganhando cada vez mais seguidores pelo Brasil inteiro.

PULSARIS - SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

Pulsaris é uma banda de rock alternativo de São José dos Campos, interior de SP.
Formada por figuras conhecidas da cena do Vale do Paraíba, membros e ex-membros de bandas como Inplastika, Trancos e Barrancos, Vermelho 40 e Street Rock Rules, Thiago Milani (vocalista), André Filu (baixo), Tulio Aquino (bateria), Cris Ribeiro (guitarra) e Dre Rosa (guitarra) estão agora unidos neste novo e enérgico projeto.
"Anatomia da Fraqueza", EP de estréia da banda, foi lançado no final de 2010 e conta com três faixas primorosas.
A primeira delas, que leva o título do disco, já impressiona logo de cara com uma melodia bem trabalhada, letra impecável e a voz arrastada de Thiago dão um toque especial para a canção.
"Homem-Relógio" vem em seguida, com riffs cadenciados e um refrão bem feito. Outra vez a letra é destaque nas canções de Pulsaris - coisa que já era aclamada pelos fãs da Inplastika anos atrás.
O disco finaliza com o hit "Amar Custa Caro Demais", com uma balada harmoniosa, mergulhada num clima melancólico e sombrio. Realmente uma bela canção.
Mais um disco de rock sincero, trabalhado e indispensável para os amantes da boa música nacional.

INPLÁSTIKA -SÃO JOSÉ DOS CAMPOS (SP)

Inplastika é uma banda de São José dos Campos, interior de SP, de rock alternativo, composta por Thiago Milani - atualmente também na Pulsaris (vocal, guitarra), Allan Kern (baixo) e Dáphine Ribeiro - ex-Trancos e Barrancos (bateria).
Formada por músicos (e amigos) já conhecidos da cena do Vale do Paraíba, Inplastika é uma banda que se destaca de forma incrível em diversos fatores. Letras impecáveis, melodias viciantes, riffs para lá de empolgantes - estes são apenas alguns dos ingredientes que você irá encontrar neste disco primoroso - R.C.N.C.A., lançado em 2008, é um verdadeiro brinde ao cenário independente nacional brasileiro.
Destaque para a belíssima "R.C.N.C.A.", primeira canção do disco que carrega uma das letras mais bonitas e sentimentais do álbum, com riffs pesados na medida certa. "Romance Moderno", canção marcada pelos incríveis vocais de Thiago é marca registrada deste disco. "Boa Vida", hit implacável da Inplastika, oriundo do primeiro EP lançado na internet há alguns anos atrás, é uma música com a cara da banda - canção esta que é dançada insanamente e berrada vibrantemente durante os shows da banda. A quinta música do CD, "Caso Sério" é outro hino dos caras, assim como a belíssima "O Que Te Faz Rir". A divertida e extremamente confessional "Um Pouco Mais Pervertida" é estranhamente a música mais pessoal do disco, assim como a "Ultima Canção de Amor" vem munida de letra e melodia encantadoras. O disco encerra com chave de diamante, com "Adeus" - música com um riff viciante e melodia única.
Em resumo, um disco nacional que posso destacar como um dos melhores e mais ricos do acervo do Boteco; onde é impossível não admirar cada canção.

VOLANTES - PORTO ALEGRE

Volantes é uma banda gaúcha de indie rock que mistura a essência do bom (e nem tão velho assim) rock'n'roll com elementos eletrônicos em uma surpreendente atmosfera quase que psicodélica.
Composta por Arthur Teixeira (guitarra, voz e teclado), Rodrigo Mello (baixo, bateria), Otávio Mastroberti (voz, programações, teclado), João Augusto (guitarra, voz, percussão e teclado) e Bernard Simon (baixo), a banda que possui influências que vão de Caetano Veloso à Radiohead, vem se destacando na cena desde o ano passado com participações em grandes festivais.
Este ano, finalmente saiu o tão esperado EP de estréia, "Sobre Gostar e Esperar", que também está disponível gratuitamente no Tramavirtual e no Myspace dos caras.
Melancolia, amor, sarcasmo e profusão de ritmos: esta é a Volantes.

TEREZA - NITERÓI

Tereza é uma banda carioca de rock alternativo, formada desde 2008, composta por Vinicius Louzada no vocal, Rodrigo Martins na bateria, João Volpi no baixo, Mateus Sanches e Sávio Fialho nas guitarras.
Com canções primorosas, apresentações ao vivo empolgantes e uma irreverência incomum, a banda vem se destacando de forma avassaladora (e merecida) no cenário independente nos últimos anos.
O EP "El Topo", lançado no ano passado, é um belo registro da banda e um verdadeiro troféu desta nova safra de bandas alternativas brasileiras. São oito músicas pra lá de enérgicas e irreverentes, mas sem deixar de lado a poesia e encanto que toda boa música pode oferecer aos ouvidos.

NOVAS BANDAS DE INDIE ROCK

THE SNOBS - é uma banda de rock independente de Paraibuna, interior de SP, composta por Phill (voz, saxopet), Jeff (guitarra, violão e backing vocal), Mark (guitarra, violão), Lyloo (baixo, backing vocal), Johnny (percussão, backing vocal) e Break (bateria).
Formada na pacata cidade de Paraibuna em meados de 2006, a banda já participou de inúmeros festivais pelo Brasil e dividiu o palco com diversos nomes importantes da cena, como Superguidis, Madame Machado, Vivendo do Ócio, entre outras.
No ano passado, a banda lança seu primeiro EP, entitulado "Saudações Snobianas", contendo 6 faixas. Agora, a banda traz seu primeiro disco de estúdio, contendo 12 faixas, sendo algumas delas regravações das músicas do primeiro EP.

Após os repiques de sinos que fazem a introdução do disco, "Atemporal" starta o álbum de forma enérgica e descontraída, com uma letra confessional que propositalmente se contradiz de forma genial em cada verso.
A balada vem com "Paradoxo"; canção mergulhada num verdadeiro porão de dúvidas, incertezas e melancolia quase que passageira. A voz vagarosa e semi-rouca de Phill nesta música juntamente com a melodia espacial e belos riffs dão um toque todo especial à música.
Num clima lânguido e esmorecido, "Sublime à Espera do Inferno" traz versos questionadores e sombrios, como no trecho: "Suba, apesar desta queda que você terá além da estrada / apenas morto viverei o lado de lá / Mas pra quê? / Mas pra quê?".
Em seguida, a brilhante "Laboratório", também em um clima sombrio, é certamente a música mais sincera e bonita do disco. Logo em seus primeiros versos podemos notar tamanha solidão: "Sozinho sem cessar a voz num dia triste de domingo / Me isolo à fita isolante, num instante instável..." Ou no trecho ainda mais confessional: "Viajando por um mar desconhecido pra me consertar / tomando remédio vencido pra me desligar / com a raposa do deserto eu quero me encontrar / nos gritos de silêncio que ecoavam de um surdo, mudo gravador, registrador...". Realmente um registro genial da banda neste primeiro disco.
A sexta faixa conta a história do imortal "Corpo Seco", um ser rejeitado pela terra que vive vagando pelas matas da cidade de Paraíbuna. Certamente a música mais interessante e enigmática do disco, com um refrão animado e divertido.
Num tom de crítica e sarcasmo, "Equilíbrio Inexistente das Esferas" fala sobre o comodismo da humanidade e a aquela eterna aceitação e conformismo. A belíssima "A Ilha", faixa seguinte, vem munida de uma letra ainda mais crítica e corrosiva na medida certa; que fala de rock à poesia sem tropeçar. Uma melodia cadenciada que chega ao ápice com um refrão bonito e esperançoso; belíssimo de se ouvir.
"A Fortaleza", nona canção do disco, soa de forma mística, tanto na letra como nos suaves backing vocals muito bem inseridos em determinados momentos da música. "Surfista de Areia" vem em seguida: melodia vigorosa e riffs extremamente empolgantes são o terreno pra uma letra cheia de referências e citações obscuras.
O single "Duas pra lá, duas pra cá" vem com uma pegada mais rápida e intensa. A letra se encaixa perfeitamente neste ritmo, como em: "Cansado de tanto quebrar a cara nas praças e nos salões / minha roupagem não condiz com a situação / além de copos com bebidas num balcão". Sem duvidas, uma das melhores músicas da banda.
Para encerrar o disco, o hit "Maktub", surpreende pela letra magistral e melodia envolvente do começo ao fim. Destaque para os versos recitados em determinado momento da música, encerrando o álbum de forma nobre e primorosa.
Um disco que retrata bem o que esse pessoal vem fazendo nestes últimos quatro anos. Canções muito bem elaboradas, letras ricas, personalidade e irreverência pra ninguém botar defeito. Mais um excepcional álbum de ouro vindo do Vale do Paraíba para o mundo!