O indie rock do novo milênio

Strokes inaugurou a "onda indie" do novo milênio. Em apenas dois anos, o grupo saiu dos pequenos shows em bares e clubes no Lower East Side, em Nova Iorque, para o sucesso mundial. Famosos no circuito da música alternativa da cidade desde 1999, o grupo ficou internacionalmente conhecido com o álbum “Is This It” (2001), com uma sonoridade que basicamente reviveu o rock de garagem do underground norte-americano dos anos 60 e 70.
Kaiser Chiefs
Reprodução / www.kaiserchiefs.co.uk
O grupo Kaiser Chiefs, um dos destaques da cena indie dos anos 2000
O sucesso dos Strokes chamou a atenção para uma leva de jovens grupos, principalmente norte-americanos e britânicos, que propagavam uma revitalização do rock. Suas influências vinham do rock de garagem, de Iggy Pop e Stooges e MC5, e também dos sons do pós-punk dos anos 80, de Joy DivisionThe Cure, The Simths e Talking Heads. Destacaram-se nesse cenário da música alternativa do começo do novo milênio bandas comoFranz FerdinandInterpolKaiser ChiefsThe KillersThe HivesArctic Monkeys, The Klaxons, The Rapture e a brasileira Cansei de Ser Sexy.
Franz Ferdinand
Reprodução / www.franzferdinand.co.uk
O grupo Franz Ferdinand em estúdio

Graças à proposta musical que rompeu com as tendências do pop-rock do final do século 20 e, principalmente, por conta da atitude e da estratégia de divulgação de seus trabalhos, esses grupos foram imediatamente identificados como indies. Comum a muito deles foi a popularização de suas canções e shows por meio da Internet, basicamente através de sites de relacionamento, como o MySpace, o preferido do cenário musical jovem.
O movimento indie atingiu uma combalida indústria fonográfica, já que as novas bandas mostraram que podiam divulgar seus trabalhos e oferecer suas músicas na Internet diretamente aos apreciadores, sem a intermediação das gravadoras. Nesse processo, o lançamento e a distribuição de CDs perderam importância. As bandas indies investem mais na construção de uma comunidade de fãs que freqüentem seus shows, o que lhes dá um retorno financeiro bem superior ao obtido com o formato tradicional de venda de álbuns.
Arctic Monkeys 2
Reprodução / www.arcticmonkeys.com
Apresentação do grupo Arctic Monkeys
Como em outros movimentos importantes da canção pop, o fenômeno indie constituiu uma nova subcultura com suas identidades visuais e comportamentais. Além da freqüência a clubes noturnos do circuito alternativo, onde as principais atrações são justamente novas bandas, os jeans com cintura baixa, corte reto, tênis All Star e as camisetas de bandas marcam o visual dos fãs da nova música independente.
A cena musical indie que surgiu na virada do milênio não só atualizou esteticamente a produção de canções pop que surgem no undergroundcomo também inovou nas relações entre artistas e fãs. E para fazer isso usou amplamente as novas tecnologias de comunicação e seu poder de interação com o universo jovem. 
Desde o final dos anos 60, a canção pop que tem sido chamada deunderground, alternativa ou indie tem essencialmente buscado uma produção musical mais independente das tendências comercialmente bem-sucedidas e uma maior autonomia artística.
Rage RS
Reprodução
O grupo Rage Against the Machine na capa
da Rolling Stone: indies para sempre
Sempre indies

Alguns grupos nascem e mantêm-se até o fim no underground ou independentes. Mesmo com relativo sucesso comercial e boa projeção nos meios de comunicação, eles ficam ligeiramente à margem. Alguns artistas e grupos (mais conhecidos dos brasileiros) que parecem ter optado por permanecerem na cena alternativa da música pop são: Velvet Underground, Tom Zé, Nick Cave, Suede, Rage Against the Machine, Belle & Sebastian, Sonic Youth, Primal Scream e Tom Waits.